Manifestações orais associadas ao HIV após 30 anos de epidemia no Brasil
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Autor: Watanuki, Fernando
Acervo: (us) Universidade de São Paulo
Categoria: Mestrado
Resumo: A epidemia de HIV/AIDS, que sofreu grandes mudanças em seus padrões clínicos e epidemiológicos, atingiu neste século sua estabilidade. Durante estes 30 anos os profissionais de saúde aprenderam muito sobre a doença e hoje esse aprendizado reflete-se em maior eficiência no diagnóstico e no tratamento da infecção pelo vírus e de suas manifestações oportunistas. As lesões orais associadas ao HIV são motivo de estudo desde os primeiros relatos da doença no início dos anos 80, e foram relacionadas ao sexo, idade, naturalidade, forma de exposição ao vírus e a padrões virológicos e imunológicos. Mas a pressão exercida pelas mudanças das características demográficas da epidemia sobre as manifestações bucais oportunistas do HIV não foi levada em consideração. A estabilidade da epidemia e o amadurecimento do conhecimento proporcionam um terreno propício para a avaliação da real prevalência dessas manifestações. Esta pesquisa tem como objetivo verificar como está este panorama no Brasil. Cento e quatro pacientes HIV+ em início de TARV foram avaliados clinicamente, e foram colhidos dados demográficos e exames laboratoriais, além da execução de sialometria e índice CPO-D. A população avaliada foi predominantemente masculina (78,8%) com média de 37,8 anos de idade. A via de transmissão do HIV foi sexual, sendo 57,7% através do sexo homo/bissexual e 38,4% com sexo heterossexual. 52,9 % souberam de sua soropositividade a menos de um ano. O CD4 médio foi de 223 céls/mm³ e a CV de 121.400 cópias/ml. As lesões extraorais foram diagnosticadas em 10,6% dos pacientes, sendo as hiperpigmentações de pele e mucosa (9,6%) e o aumento de glândulas salivares (0,96%) as lesões mais encontradas. A candidíase oral (49%) e a leucoplasia pilosa (41,3%) foram as lesões intraorais mais prevalentes. A xerostomia foi queixa de 46,6% e a hipossalivação foi diagnosticada em 18% e 48% dos pacientes, dependendo da metodologia utilizada para avaliação. O índice CPOD foi de 14,4, considerado alto pel