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Resumo: Analisamos neste trabalho como as transformações econômicas e sociais, que ocorreram no Segundo Reinado, contribuíram para desestabilizar a ordem imperial e, ao mesmo tempo, fortalecer o movimento republicano. As mudanças relacionadas à manutenção do trabalho escravo, que se colocava como o principal pilar de sustentação da ordem imperial, desencadearam necessidades divergentes que não podiam ser satisfatoriamente atendidas pela monarquia brasileira. Com isso, o movimento republicano que se organiza a partir de 1870 busca nas fragilidades do Império o seu espaço de atuação. Os republicanos, sentindo-se excluídos do jogo político imperial, viram na República Federativa a alternativa para a centralização política e administrativa do Império. Mas, é em São Paulo, onde os efeitos negativos dessa centralização eram mais sentidos, que se desenvolve o partido republicano mais forte e organizado do movimento. O republicano paulista Alberto Sales, dialogando com a insatisfação da elite econômica de São Paulo, envolve-se no trabalho doutrinário, que tinha como objetivo construir um programa capaz de orientar a ação republicana e torná-la coesa. Entretanto, os rumos que a República tomou na sua primeira década de vigência contribuíram para que esse propagandista paulista se  desencantasse com ela. Buscamos aqui explorar o contexto político, econômico e social em que o movimento republicano emerge e investigar, a partir da teoria que orientou o movimento em São Paulo, as razões que poderiam explicar o desencantamento de um dos seus principais propagandistas com a República que se efetivou.
A implosão da ordem: a crise final do Império e o Moviment ...
Costa, Milene Ribas da