A oralidade de José Cândido de Carvalho em O coronel e o lobisomem
Classifique:
Autor: Eguti, Claricia Akemi
Acervo: (us) Universidade de São Paulo
Categoria: Doutorado
Resumo: Este trabalho tem como objetivo pesquisar de que maneira a oralidade se encontra manifestada em O coronel e o lobisomem, uma narrativa escrita literária de José Cândido de Carvalho. O romance autobiográfico é escrito em primeira pessoa, pelo próprio coronel Ponciano de Azeredo Furtado, narrador e personagem, o qual, por meio de recursos diversos, lingüísticos, fônicos, cinésicos, proxêmicos e visuais, rememora seu passado: as peripécias da infância, da juventude, de sua maturidade e de sua morte, narradas de forma peculiar e com uma linguagem que é, a nosso ver, típica do autor. Com base em diversos teóricos, analisam-se a coloquialidade da linguagem popular da obra, sua expressividade e os efeitos de sentido produzidos por meio das estratégias conversacionais que abarcam o discurso direto, o direto livre, o indireto, e o indireto livre, o monólogo e o solilóquio. A essas análises, acrescenta-se o estudo de aspectos específicos da formação de palavras, do regionalismo, das frases feitas e de outros diferentes recursos lingüísticos próprios da língua oral de que o autor se vale para, por meio de sua fala, compor a personalidade do coronel. As ilustrações de Appe e de Poty, anexadas ao texto escrito após sua publicação, são analisadas quanto ao estilo individual de cada artista e quanto aos aspectos de oralidade que se manifestam nessa linguagem visual. A seguir, realiza-se uma comparação entre esses estilos. Também são comparados os textos escritos que compõem as legendas das ilustrações de Appe aos textos escritos por José Cândido de Carvalho a elas correspondentes. Essas diferentes linguagens somadas constituem uma obra literária única e rica, repleta de humor e ironia desse mestre na arte da narrativa que é José Cândido de Carvalho.