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Resumo: A agromanufatura canavieira foi responsável pela transformação da Capitania de São Paulo em área de exportação, nas últimas décadas do período colonial. Após a independência, o café foi introduzido no Vale do Paraíba e no Litoral Norte, regiões tributárias do porto do Rio de Janeiro, e no final da década de 1820, já constituía a principal lavoura comercial dessa área. A produção e exportação de açúcar do Oeste Paulista, voltada para o mercado externo, se expandiu até meados do século XIX. Baseada sobre o braço escravo, carreou para Província milhares de escravos africanos. Na década de 1840, senhores de engenho do Oeste introduziram a lavoura cafeeira em larga escala, em suas propriedades, fazendo com que a exportação de café superasse a de açúcar pelo porto de Santos, em 1850. A partir desse momento, a agromanufatura escravista canavieira converteu-se ao mercado interno, abastecendo o complexo cafeeiro. Muitos desses engenhos escravistas, da segunda metade do século XIX, introduziram uma lavoura de exportação sem abandonar a produção de derivados de cana, transformaram-se em propriedades de produção mista. Após duas décadas de regressão, a produção açucareira paulista voltou a crescer, no final dos anos de 1870. O novo crescimento se deu, no entanto, nos quadros da grande indústria capitalista, baseada em tecnologia avançada e trabalho assalariado. Entre 1878 e 1910, foram inaugurados mais de dez engenhos centrais em São Paulo, responsáveis por mais de 90% da produção de açúcar do Estado, no final do período. Este trabalho visa estudar essa agromanufatura açucareira escravista voltada para o abastecimento interno, após o fim do tráfico atlântico de cativos, e a criação e consolidação dessa primeira agroindústria sucroalcooleira moderna em São Paulo.
O açúcar no café: agromanufatura açucareira e modernização ...
Melo, José Evando Vieira de