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Resumo: Diante de um crescente desprestígio da literatura, sobretudo entre os alunos do Ensino Médio, quando a disciplina se oficializa, muitos estudos têm focalizado as condições da leitura, do trabalho do professor, da influência do vestibular, de produção e distribuição de livros e bibliotecas, bem como outros aspectos que vêm se configurando pertinentes à discussão. Considerando-os como ponto de partida, este estudo procura verificar de que modo e quais dessas variáveis se articulam no imaginário de professores e alunos. Nossa hipótese fundamental é a de que a literatura não está em sala de aula porque o texto literário anda distante dela. Mais especificamente, entendemos que a experiência literária  ou estética  não têm ocorrido porque sua matéria pulsante, o texto, não a tem desencadeado. Que é desse tônus? Latente, cremos que esteja vivíssimo nos livros e nas pessoas, apesar das aparências de menoscabo. Por isso propusemo-nos à investigação dos anseios e frustrações daqueles envolvidos num processo de ensino de literatura. Criamos um instrumento específico para a coleta de dados, baseado nos pressupostos teóricos que delinearam um conceito de literatura, relacionando-o a um conceito de sala de aula. Nascidos ambos de trilhas teóricas que fazem parte do repertório de muitos dos professores hoje em exercício, esses dois conceitos nortearam a concepção dos instrumentos utilizados na pesquisa de campo. Esta se organizou em três etapas, com amostragem composta por escolas paulistanas públicas e privadas, de diferentes abordagens. À discussão de tais instrumentos, segue-se uma análise das recorrências e de alguns contrapontos observáveis nos resultados.
Fruta do Lácio: a literatura na sala de aula
Salgado, Luciana