A noção de couraça na obra de Wilhelm Reich: origens e considerações sobre o desenvolvimento humano
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Autor: Almeida, Bruno Henrique Prates de
Acervo: (us) Universidade de São Paulo
Categoria: Mestrado
Resumo: Esta pesquisa teórica investiga o desenvolvimento da noção de couraça nos primeiros quinze anos da obra de Wilhelm Reich, de 1920 até 1935. Como objetivo central, buscamos responder a seguinte questão norteadora: qual(ais) o(s) sentido(s) de couraça no pensamento de Wilhelm Reich? Visamos, sobretudo, contribuir para o esclarecimento e a discussão dessa importante noção do pensamento reichiano. Em termos de método, a fim de acompanhar o percurso do pensamento do autor, abordamos a obra de acordo com sequência cronológica de publicação. Com essa orientação histórica, elencamos e analisamos textos que, a nosso ver, fornecem subsídios para a compreensão da noção em tela. Além disso, ficamos atentos a prováveis sinônimos e sentidos utilizados, mesmo que o termo propriamente dito não estivesse explicitamente citado. Como preparação do terreno, realizamos uma pesquisa etimológica sobre o termo couraça. Em seguida, elencamos dois autores - o filósofo francês Henri Bergson e o fundador da psicanálise Sigmund Freud - investigados devido à importância dos mesmos na construção do pensamento reichiano como um todo e, possivelmente também, em relação à noção de couraça. Em termos de resultados, os escritos de Reich analisados indicaram que as significações de couraça como defesa, proteção e resistência estão sempre presentes. Dentre os artigos acessados, localizamos a primeira aparição do vocábulo em 1922, como couraça narcísica. Constatamos que, para Reich, a couraça mantém contato com as realidades interna e externa, articula as noções de economia pulsional, ego e caráter, além de estar relacionada à operação do recalque. A princípio, é concebida na esfera psíquica, mas, gradativamente, passa a ser considerada, também, no âmbito somático, principalmente como hipertonia muscular crônica. Ainda, tecemos algumas relações com a visão de Bergson sobre o assunto e com a conceituação freudiana acerca do escudo protetor. Por fim, na esfera do tema saúde-doença, registramos algu